O lançamento do Miura 1 foi um passo gigante para a indústria aeroespacial espanhola, mas ainda é um passo intermédio num caminho com um longo caminho a percorrer. Esses são alguns dos marcos que ainda estão por vir.
Decolar. Às 02h19 da manhã de sábado (horário espanhol), o foguete Miura 1 decolou do Centro de Experimentação El Arenosillo (CEDEA), em Huelva. Na mesma manhã do dia 7, a empresa desenvolvedora do foguete, PLD Space, anunciou que os objetivos primários da missão foram cumpridos.
A empresa anunciou algumas mudanças na missão. Por exemplo, para maximizar o alcance oceânico do veículo, decidiu-se alterar ligeiramente a trajetória. Isto fez com que o apogeu do voo se mantivesse nos 46 quilómetros em vez dos 80 inicialmente previstos para a missão.
Como explicaba através de Twitter Raul Torres, cofundador da empresa, também decidiu reduzir o tempo de empuxo do motor para 103 segundos (dos 122s planejados). No total, o vôo durou 306 segundos.
Análise da missão. Ao longo do fim de semana a empresa também anunciou o cumprimento dos objetivos secundários da missão. Entre eles, compilar o máximo de dados possível para desenvolver os próximos planos da empresa. Claro que o primeiro passo será analisar todos esses dados.
“Coletamos uma enorme quantidade de dados que nos permitirão melhorar e avançar as tecnologias MIURA5 com mais rapidez”, anunciado a empresa através da sua conta Twitter. “Agora estamos processando os dados e em breve compartilharemos a análise técnica da missão em entrevista coletiva.”
Caminho para reutilizar. Certamente a empresa Elche não terá à sua disposição todos os dados que gostaria. O motivo é a perda do veículo após cair nas águas do Oceano Atlântico. O anúncio do sucesso da missão ocorreu antes do início da missão que era “pescar” o foguete em águas oceânicas.
A empresa também anunciou o fracasso da missão de recuperação de veículos, o que implica que ainda está longe de desenvolver um veículo reutilizável. Esta é uma questão pendente para voos futuros e, sobretudo, tendo em vista a chegada do próximo lançador previsto pela empresa, o Miura 5.
Objetivo: o Miura 5. O Miura 5 será o lançador orbital da PLD Space, e a empresa sediada em Elche pretende que seja um veículo parcialmente reutilizável, o que permitirá atingir a meta da empresa de atingir 15 missões anuais. A informação recolhida neste voo será, em qualquer caso, extremamente valiosa para o desenvolvimento deste veículo.
Um veículo do qual conhecemos alguns detalhes. O objetivo da empresa é criar um ônibus espacial capaz de colocar mais de meia tonelada (540 kg) de carga útil em órbita sincronizada com o sol (SSO), o que se traduziria em pouco menos de uma tonelada em órbita baixa da Terra.
Com isso, propõem diversas modalidades de decolagem, desde lançamentos dedicados até lançamentos compartilhar caronaem que vários dispositivos orbitais compartilhariam a viagem.
Cinco motores. Sua nomenclatura se deve aos cinco motores TEPREL movidos a bioquerosene e oxigênio líquido (LOX) que impulsionam o primeiro estágio do foguete. Serão capazes de gerar 950 kN ao nível do mar. Tal como o Miura 1, este estágio irá incorporar pára-quedas que amortecem a sua queda para acomodar a missão de recuperação.
O veículo é completado com um segundo estágio com motor adicional e 50 kN de empuxo a vácuo. Este estágio será aquele que transporta a capota com a carga útil do veículo. No total, o veículo terá mais de 34 metros de comprimento e dois de diâmetro.
Recentemente, a PLD Space chegou a um acordo com os responsáveis pelo Porto Espacial de Kourou, na Gayana Francesa, ponto de partida habitual da Agência Espacial Europeia e dos foguetes Ariane. Este porto foi aquele que se despediu do James Webb e poderá ser, no futuro, o local onde o Miura 5 inicia a sua aventura.
Em Xataka | A PLD Space agora sabe o que deu errado em sua tentativa de lançamento do Miura-1. É uma boa notícia para o próximo
Imagem | Espaço PLD
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