A Meta anunciou nesta segunda-feira que deixará de exibir anúncios para usuários menores de 18 anos na União Europeia (UE) em Facebook e Instagram, relata o Wall Street Journal. Esta é uma medida que acompanha a versão paga e sem publicidade das referidas redes sociais que estará disponível a partir de novembro nos países que fazem parte do território da comunidade.
Estamos perante uma notável mudança de paradigma no modelo de negócio da empresa liderada por Mark Zuckerberg. A maior parte das receitas da Meta, recorde-se, provém de um colossal sistema de publicidade que não tem estado isento de polémica e cujo campo de acção começa a ser mais limitado devido a uma legislação cada vez mais rigorosa, neste caso particular, a da UE.
Uma medida temporária
A pausa na publicidade nas redes sociais Meta utilizadas pelos adolescentes na UE é uma realidade. Contudo, é importante ressaltar algumas nuances deste movimento. Em primeiro lugar, como indica o jornal norte-americano, trata-se de uma medida temporária. Ou seja, pelo menos neste momento, não estamos perante a erradicação das publicidades destinadas a este tipo de público.
Nas palavras da Meta, a suspensão permanecerá em vigor enquanto avaliam o impacto dos novos regulamentos da UE. Nesse sentido, a gigante das redes sociais promete dar mais detalhes “nos próximos meses”. Portanto, não sabemos exatamente quando os anúncios poderão retornar e, em caso afirmativo, com quais mudanças. Isto nos leva ao próximo ponto, que motivou esta importante mudança na plataforma.
Como dizemos, a empresa americana teve que atualizar as suas metodologias para continuar a operar no território comunitário de acordo com a legislação atual. Por trás disso está a nova Lei de Serviços Digitais (DSA), uma disposição legal que, entre outras coisas, visa eliminar anúncios personalizados para menores, o que tecnicamente deixa alguma margem de ação.
A personalização, justamente, é um dos diferenciais da publicidade digital. Permite lançar campanhas altamente segmentadas, baseadas numa grande variedade de dados, como localização, interesses e género. Se tirarmos a personalização da equação, anúncios para menores ainda poderão aparecer nas meta-redes, embora isso ainda não esteja confirmado.
No que diz respeito ao DSA e ao DMA, importa referir que não só o Meta teve que fazer alterações. A nova regulamentação europeia também bate à porta de outros gigantes como Microsoft, Google ou TikTok, que mais cedo ou mais tarde terão de adaptar as suas práticas para cumprir. O preço a pagar por não fazer isso? Pausar ou retirar certos produtos ou serviços, como a Microsoft fez com o Copilot.
Imagens: Brett Jordan | Karsten Vinícola
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