A revolução da IA não está saindo barata. Os enormes recursos computacionais exigidos pelos modelos generativos de IA são acompanhados por uma realidade incómoda: estes processos de formação e a utilização dos próprios modelos provocam emissões significativas de CO2. Já sabíamos que o ChatGPT e o Bard poluíam, mas o Midjourney e o DALL-E 2 do mundo poluem ainda mais.
O estudo. Uma pesquisa realizada por pesquisadores da Carnegie Mellon University e da startup HuggingFace revela que o uso de modelos generativos de IA requer enormes quantidades de energia. No estudo https://arxiv.org/abs/2311.16863 revelaram o uso de uma ferramenta chamada Code Carbon para comparar as emissões de CO2 nos 16 modelos mais populares usados no HuggingFace Hub, uma plataforma aberta que permite testar esses modelos e usado facilmente.
ChatGPT consome, mas DALL-E consome muito mais. As conclusões deixaram claro que os modelos de IA geradores de texto – chatbots semelhantes ao ChatGPT – consumiam muita energia, mas as coisas eram especialmente preocupantes no caso dos modelos dedicados à geração de imagens.
Comparando consumos. Nos testes realizados, a geração de 1.000 inferências significou consumos variando entre 0,06 e 2,9 kWh, sendo o consumo médio de 1,35 kWh. Os pesquisadores destacaram então como, em média, um smartphone consome 0,012 kWh de energia para carregar. Que significa isso?
Carregar seu telefone fornece nove imagens. Com esses números, o estudo concluiu que gerar nove imagens com esses modelos de IA consome o mesmo que carregar totalmente o telefone. Esses dados colocam o problema em perspectiva, porque o normal nesses processos de utilização de IA de imagens generativas é gerar muitas vezes algumas imagens até encontrarmos a que procuramos.
E existem modelos terrivelmente ineficientes. Embora a média tenha sido essa, há modelos que são especialmente ávidos por energia e, segundo o estudo, o pior de todos consome 11,49 kWh por 1.000 inferências, o que significa que basicamente cada imagem custa a mesma energia que recarregar o telemóvel uma vez. .
E as emissões? Mais uma vez, o problema subjacente é também o das emissões de CO2, que são notáveis: em média, cada imagem produzida gera entre 0,1 e 0,5 gramas de dióxido de carbono. Nos modelos mais poluentes do estudo o número foi escandaloso e cada imagem provocou emissões de 2 gramas de CO2.
Não é exaustivo, mas dá pistas. Os próprios responsáveis pelo estudo destacaram que os debates sobre o consumo de energia e as emissões centram-se na fase de formação, mas devem ter (muito) em conta a fase subsequente de utilização. Esperam que estes dados sirvam – mesmo reconhecendo que não são exaustivos – para implementar medidas, boas práticas e regulamentos que ajudem a mitigar o problema.
Imagem | Lasse Jensen
Em Xataka | “Faça mais”: a última tendência do ChatGPT é pedir imagens cada vez mais exageradas e surreais