Em 2007, nós, espanhóis, ainda estávamos viciados no telefone fixo. É verdade que nessa altura os telemóveis já causavam sensação, mas um em cada quatro utilizadores no nosso país tinha telefone fixo. 16 anos depois, a história mudou significativamente.
Adeus (gradual) ao telefone fixo. O estudo (PDF) sobre o Quadro Geral dos Meios de Comunicação Social em Espanha publicado pela Association for Media Research revela como em 2007 em Espanha 75,4% da população tinha telefone fixo. O surgimento e ascensão do smartphone fez com que este dispositivo estivesse desaparecendo de nossas vidas.
Menos de metade dos agregados familiares têm telefone fixo. Essa tendência decrescente fica clara no estudo. A taxa fixa manteve-se acima de 70% até 2019, pouco antes da pandemia de COVID-19. Desde então, o declínio destes equipamentos tem sido notável e, nesta última edição do relatório, a barreira psicológica dos 50% foi baixada pela primeira vez: apenas 49,5% dos espanhóis têm telefone fixo em casa.
Foi cantado. A verdade é que a tendência é lógica e é a mesma que, por exemplo, já se vive há algum tempo de forma ainda mais pronunciada nos Estados Unidos. Em 2004, mais de 90% das residências tinham telefone fixo, mas segundo dados do Statista, no final de 2022 esse número era inferior a 30%.
Mais pessoal do que nunca. A utilidade dos telefones fixos foi encurralada pela onipresença e conveniência oferecidas pelos telefones celulares. Não é só o facto de agora fazermos quase tudo com o nosso smartphone: já não precisamos de partilhar o telefone fixo em casa com a nossa família. O telefone se tornou um dispositivo pessoal.
Mas nós nem ligamos mais. Há outro fator que influencia nessa queda do telefone fixo. É sobre o fato de não usarmos mais o telefone como telefone porque não falamos muito com ele. As mensagens instantâneas acabaram substituindo muitas chamadas de voz: em 2022 falávamos em cerca de 7 bilhões de mensagens enviadas por dia só no WhatsApp.
Consoles estagnados. Há outros dados curiosos do estudo, como o que fala da percentagem de espanhóis que têm consola de videojogos em casa. Seria de esperar que este número tivesse aumentado, mas na realidade dificilmente o fez: em 2007 era de 25,2% e em 2023 é de 25,4%.
O PC de mesa diminui… A diminuição da presença de computadores desktop é outro dos elementos mais marcantes do estudo. Passamos de 41,4% para 24,4% que têm um em casa entre 2007 e 2023.
…E o laptop sobe. A situação é exatamente o oposto para o laptop, que é o grande vencedor nesta área graças, entre outras coisas, ao fato de que os laptops melhoraram e ficaram significativamente mais baratos nestes 16 anos: dos 13,1% que o tinham em 2007, foi para 45,8 em 2012, apenas cinco anos depois. Posteriormente, o crescimento foi mais suave, mas mais ou menos sustentado, e em 2023, 58,1% dos espanhóis têm pelo menos um portátil em casa.
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