Um computador geralmente é suficiente, mas há situações em que ele é útil — ou simplesmente obrigatório — trabalhar com duas máquinas diferentes ao mesmo tempo. Isso geralmente requer dois monitores, dois mouses e dois teclados diferentes para controlar tudo, mas a solução está longe de ser ideal.
É aqui que entram em ação os switches KVM (Teclado, Vídeo, Mouse), que eram tradicionalmente pequenos dispositivos de hardware que permitiam a utilização de dois computadores com o mesmo monitor, teclado e mouse. Esses produtos ainda são muito válidos hoje, mas existe outra alternativa: software KVM.
Esses aplicativos aproveitam nossa conexão de rede local (Ethernet com fio ou Wi-Fi) e realizam algo maravilhoso: ser capaz de usar o mesmo mouse e o mesmo teclado para controlar esses equipamentos. Neste vídeo você pode ver como esse recurso funciona.
O único requisito de hardware – além de ambos os computadores estarem na mesma rede – é ter um monitor conectado a cada computador. É exatamente o que faço de vez em quando no meu local de trabalho: meu monitor principal está conectado a um Mac mini M1, mas se por algum motivo eu precisar usar meu PC com Windows ao mesmo tempo, eu o conecto um pequeno monitor externo de 15 polegadas —aliás, uma invenção, caros leitores— e utilizo esse tipo de software para compartilhar mouse e teclado entre nós.
Existem muitas alternativas no mercado. Entre os mais conhecidos estão o Mouse Without Borders, da Microsoft — somente para Windows — ou o Synergy, que é multiplataforma e permite combinar computadores macOS, Windows e Linux. Seguindo na sua esteira está o ShareMouse, a alternativa que utilizo e que se destaca pela simplicidade.
Começar é rápido: depois que o cliente estiver instalado no macOS e no Windows, o ShareMouse detecta que ambos os dispositivos “se veem” e dá a opção de compartilhar teclado e mouse — que podem ser conectados a qualquer um deles — para que possamos usá-los de forma intercambiável em um ou outro.
A partir daí, basta configurar como posicionamos fisicamente os monitores para que o ShareMouse emule virtualmente aquele desktop. A forma de utilizar o mouse e o teclado em um ou outro computador é a partir desse momento muito direta: basta mover o mouse até o monitor com o qual queremos trabalhar.
Isso significa deixar claro que a “borda” entre as duas telas é uma borda virtual: na imagem, se movermos o ponteiro do monitor A (o do Mac) para a direita, podemos “passar” esse monitor, pois avançando veremos como aparece no monitor B (neste caso, o do Windows). E uma vez lá, o que digitarmos no teclado será gravado naquele PC com Windows, não no Mac.
A versão gratuita permite que você use essa interação e as opções básicas desta “rede KVM” gratuitamente. Se precisar de mais opções, pode adquirir uma das edições extras, que permitem trabalhar com mais computadores, mas acima de tudo algo especialmente conveniente: poder copiar arquivos de um computador para outro arrastando-os entre os desktops.
Existem opções adicionais nessas versões pagas, como compartilhar a área de transferência, definir perfis de configuração, proteger a interação com senha ou sincronizar eventos como bloquear, desligar ou reiniciar máquinas controladas pelo software.
Não aproveito essas opções, embora certamente Acho a opção de arrastar e soltar arquivos especialmente atraente. Para isso, porém, utilizo as pastas compartilhadas nesses computadores, que funcionam de forma idêntica, embora a operação seja um pouco mais complicada: você tem que copiar o arquivo do PC para a pasta compartilhada e depois retirá-lo no Mac e copiá-lo para a pasta de destino do Finder (ou vice-versa).
Não é particularmente chato, mas se necessita de transferir muitos ficheiros de uma máquina para outra, a versão paga do ShareMouse (com licença perpétua, o seu preço é de 91,46 euros) é certamente interessante.
Obviamente existem outras formas de poder trabalhar simultaneamente com duas “máquinas” com sistemas operacionais diferentes: a virtualização é um exemplo claro e muito útil em vários cenários, mas esta é mais uma boa opção se quisermos simplesmente aproveitar os recursos nativos de duas (ou mais) máquinas que temos à nossa disposição.
E se não quisermos usar dois monitores, existem monitores que suportam duas entradas simultâneas graças à função PiP (a “tela” do segundo computador ocupa um canto do principal) ou PbP (tela dividida entre as duas máquinas). Ainda assim, neste caso precisaremos de algum tipo de KVM para compartilhar mouse e teclado.
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