Ao longo das últimas décadas, o termo “antropoceno” tem sido cada vez mais utilizado para descrever o período geológico atual. Agora, um comitê de especialistas acaba de rejeitar a proposta de tornar oficial essa denominação, de acordo com o jornal New York Times.
A presença humana na Terra teve impactos significativos nos ecossistemas e até mesmo na geologia do planeta. Essas mudanças incluem desde a modificação dos ecossistemas provocada pela agricultura até a era nuclear.
Por essa razão, a comunidade científica passou a adotar o termo “antropoceno” (que deriva das palavras gregas “antropos”, ser humano; e “kainos”, novo), como a era geológica do ser humano. Isso nos permite distinguir o Holoceno, a época geológica que se iniciou após a última era glacial (o Pleistoceno), da era atual.
De acordo com o jornal norte-americano, os quinze membros do comitê de especialistas votaram 12 a 4 (com duas abstenções) contra a inclusão dessa distinção no “cânone”.
Também conforme explicado pelo jornal New York Times, o motivo não está na falta de reconhecimento dos impactos causados pelo homem em nosso planeta, mas sim na falta de consenso sobre o início desse período.
Uma data de referência comum entre os arqueólogos é 1950. Muitos estudos que se referem a “anos antes do presente” utilizam o meio do século XX como medida do “presente”, devido ao impacto das primeiras detonações atômicas nessa época.
Esses testes alteraram a geologia da superfície terrestre, deixando uma marca comparável àquela resultante de grandes erupções vulcânicas e outros eventos similares.
Esse período também coincide com o surgimento dos materiais plásticos. Esses materiais também têm gerado um impacto cada vez mais evidente na geologia do planeta.
Para o comitê, esse fato ignorou outros impactos da humanidade, como o surgimento da agricultura, que implicou em mudanças nos ecossistemas globais, ou a chegada da era industrial, cujo impacto mais significativo em termos geológicos está relacionado às alterações climáticas e à poluição por certos gases e partículas.
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Imagem | Ryoji Iwata