A China está modernizando seu braço militar e colocando especial interesse na busca por superioridade aérea. Isso é evidenciado pelo desenvolvimento de caças como o Chengdu J-20, tecnologias em teste como a camuflagem de plasma e, é claro, porta-aviões. Nesse sentido, a China possui alguns porta-aviões com sistema de transporte de esqui, mas também o seu mais recente Fujian com catapultas eletromagnéticas.
Essa tecnologia é uma das mais avançadas e significativas inovações em porta-aviões desde a concepção desse tipo de navio, pois ocupa menos espaço do que outros sistemas de decolagem/ancoragem e permite lançar aeronaves mais pesadas com maior eficiência. No entanto, da frota chinesa, o único porta-aviões que possui esse sistema é o moderno Fujian. Liaoning e Shandong possuem sistemas mais antigos.
Manobras simples ou mudança de estratégia?
Dependendo do sistema de lançamento dos porta-aviões, algumas aeronaves são mais adequadas do que outras, sendo o J-15 o caça chinês por excelência para uso em porta-aviões. No entanto, nos últimos anos, a China tem desenvolvido novos caças furtivos conhecidos como Shenyang FC-31. Este apresenta uma variedade de porta-aviões com mecanismo de lançamento de catapulta e asas dobráveis, conhecida como J-35.
Assim como outras aeronaves e helicópteros chineses, o J-35 tem semelhanças com o norte-americano F-35C e fez seu voo inaugural há alguns anos, sendo um caça de nova geração com potencial para ser integrado no próximo lote de aeronaves chinesas para porta-aviões com catapultas eletromagnéticas.
No entanto, foi avistado um dos modelos do J-35 a bordo do Liaoning. Ao lado está outro modelo, um J-15, e isso é interessante por dois motivos. O primeiro e mais óbvio é que a China está realizando operações de treinamento com seus caças marítimos. Num contexto como o atual, em que a tensão contra Taiwan (e os Estados Unidos) está em um ponto crítico, isso é relevante.
Dentro dessas manobras, ver os mockups dos dois modelos juntos indica que os operadores já estão treinando os movimentos com os dois modelos no convés. Isso é comum na prática de manuseio de aeronaves, incluindo os elevadores que transportam os caças do hangar inferior até a plataforma de decolagem. Essa prática é algo que varia em cada situação e, além do treinamento com unidades reais, países como a Índia treinaram a tripulação não com modelos, mas com uma espécie de silhueta que representava as dimensões do caça real em seu INS Vikrant.
O treinamento é essencial, mas… Não mencionamos que o J-35 é um caça focado no uso com catapultas eletromagnéticas? O que fazer com uma plataforma de esqui? Eis a resposta para a outra pergunta. Sendo mais moderno e capaz, a China poderá procurar examinar a viabilidade de lançar essas novas aeronaves a partir de seus porta-aviões Liaoning e Shandong, além de utilizá-las em Fujian com o sistema eletromagnético.
Segundo o TWZ, a razão para isso é que seria conferido maior poder aéreo a esses dois porta-aviões (que, afinal, compõem dois terços da frota desse estilo do país) e se buscaria uma superioridade maior do que aquela que seria alcançada apenas com o J-15. A contrapartida é que, precisando de maior potência para decolagem, o J-35 teria que fazer sacrifícios: mais combustível para manter a autonomia após a decolagem em detrimento de menos quilos de armamento. Ou o contrário: os mesmos quilos de armas, mas menos combustível e autonomia.
De qualquer forma, é um movimento interessante por parte do braço naval chinês, e não foi o único capturado recentemente em imagens de baixa qualidade. Poucos dias atrás, também foram avistados os primeiros voos de um helicóptero chamado Z-21. Este é o primeiro helicóptero de ataque pesado da China e, com design muito semelhante ao do americano Apache, pode ser um veículo essencial em certas operações de apoio e ataque rápido.
Imagens: Baycrest; Notícias Militares da China; Ministério da Defesa Nacional da República Popular da China/LI GANG/XINHUA
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