Depois de anos de dominação nas bilheterias e nos outdoors da visão mais familiar e despreocupada do gênero que ‘Star Wars’ e Marvel nos trouxeram, de alguma forma o pêndulo do gosto do público oscilou na direção oposta, em direção a uma ficção científica mais clássica (tanto que se inspira em um autêntico ícone literário do gênero) e um tom um pouco mais adulto. Desta forma, experimentamos o sucesso de ‘Duna‘, dirigido por Denis Villeneuve em 2021 e que agora chega ao Prime Video, embora você também possa curtir no Netflix e, claro, no HBO Max.
‘Duna’ nos remete ao ano 10191, onde o planeta deserto Arrakis é alvo de uma disputa entre diferentes Casas, famílias de poder militar exorbitante que competem para prevalecer. A especiaria, substância considerada a matéria-prima mais valiosa da galáxia, necessária às viagens interestelares e capaz de amplificar a consciência e prolongar a vida, é o tesouro que nasce em Arrakis, e desencadeia um ataque visceral da malvada Casa Harkonnen contra a Casa Atreides. Apenas o jovem herdeiro Paul e sua mãe, membro da misteriosa ordem religiosa Bene Gesserit, sobreviverão a este ataque.
Parece confuso e em certo sentido é, porque o romance original ‘Duna’ é um enorme épico galáctico que engloba dezenas de personagens e uma história muito densa. Tradição que é difícil de visualizar na sua totalidade no filme. Lynch já naufragou, aliás, num filme que, no entanto, guarda um poder de fascínio muito interessante (e um gosto pela excentricidade que me faz, com todos os seus problemas, preferi-lo às versões de Villeneuve). Seja como for, Villeneuve consegue fazer um filme (agora em dupla, num futuro próximo em trio) repleto de imagens interessantes que transmitem bem a desolação épica das paisagens de Arrakis e dos palácios decadentes das Casas.
É verdade que a primeira ‘Duna’ às vezes parece um mero preâmbulo de ‘Duna: Parte Dois’, que é onde é contada a autêntica história de origem de Paul Atreides como o Remoto Escolhido, mas esta parcela inicial tem momentos de grandeza considerável, o que deixam claro o talento eminentemente visual de Villeneuve. O ataque épico dos Harkonnens aos Atreides é um bom exemplo do que esta franquia ainda tem a oferecer.
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