‘One Piece’ atendeu às expectativas e após excelente recepção da crítica e fãs, ficamos sabendo que seu público também tem sido um triunfo. Com sua estreia, falamos sobre como a série saiu vitoriosa da difícil tarefa de traduzir o mangá e o anime de Eiichiro Oda em uma imagem ao vivo, apesar das inevitáveis limitações impostas pela adaptação de uma série tão longa. Agora é a hora de falar sobre o seu futuro… e como ele condicionará a própria Netflix.
Quase 20 milhões. A Netflix já divulgou os números da série, junto com os de outras produções da casa. A primeira temporada de ‘One Piece’, em sua primeira semana, soma 140,1 milhões de horas de exibição, ou seja, 18,5 milhões de reproduções. Na Espanha, a série ocupa o segundo lugar, à frente do que por sua vez é o segundo globalmente, um daqueles sucessos surpresa da Netflix com os quais o boca a boca funciona muito bem, como ‘Quem é Erin Carter?’
Em perspectiva. São números muito poderosos, mas não esmagadores. Está longe de alcançar produções como ‘Wed Wednesday’, que na primeira semana somou 341 milhões de horas assistidas, a quarta temporada de ‘Stranger Things’, com 286 milhões de horas ou ‘Dahmer’, com 196 milhões. Ainda nem entrou no Top 10 de séries mais assistidas na primeira semana, mas os números são notáveis.
Haverá uma segunda temporada? É difícil ultrapassar. A seu favor está ter entrado no Top 10 de 93 países, e número 1 em 46 deles. Porém, o custo da Netflix para refinar sua excelente fatura visual tem sido muito alto. A plataforma, tal como os restantes concorrentes, atravessa momentos difíceis e é especialmente selectiva com as séries às quais dá novas oportunidades. Agora ainda mais do que antes. Felizmente, existe o precedente de ‘Sandman’, que conseguiu renovar para a segunda temporada graças em parte à insistência de Neil Gaiman, e fez números bem inferiores aos de ‘One Piece’.
A evolução da Netflix. Segundo a empresa, One Piece representa uma “evolução” de seu conteúdo, conforme afirma o co-CEO da Netflix, Greg Peters. Além de se parabenizar pelo sucesso (“é incrível poder exibir a série e fazer com que ela seja um grande sucesso em todo o mundo”), Peters falou sobre como a plataforma tenta encontrar “locais onde há demanda que estamos não servindo de forma eficaz.” E ele diz: “O que estamos vendo é que o cálculo por trás disso está ficando mais interessante e complicado de uma forma muito emocionante”. Novamente, o caso paradigmático é ‘The Squid Game’ como uma série que “derrubou barreiras”.
Confie nos anúncios. Além disso, Peters falou sobre como seus planos publicitários podem trazer grandes benefícios à plataforma, graças aos acordos que firmaram com a Microsoft, sua colaboradora na parte técnica para desenvolver novas unidades baseadas em um tipo de segmentação que normalmente não é ser disponível na televisão linear. Diz Peters: “Na TV linear, você previu quais programas seriam populares e comprou espaço publicitário com base nisso. Agora podemos dizer: ‘Você pode compartilhar uma parte de toda a popularidade da Netflix comprando aquele espaço próximo ao Top 10.'”.
Cada vez mais assinantes, cada vez menos lucro. Tal como anunciaram com os seus resultados financeiros do segundo trimestre de 2023, a Netflix atravessa um momento ambivalente: mais 5,89 milhões de assinantes, mas devido em grande parte às famílias que partilharam uma conta e agora decidiram pagar assinaturas. Portanto, o aumento dos benefícios, de apenas 2,7%, não é proporcional a esse aumento. Ou seja, a Netflix (que projeta um lucro líquido de 1.600 milhões para o próximo trimestre) tem de agir com cautela nos próximos meses. Algo que poderá afetar uma série tão cara como ‘One Piece’.
Cabeçalho: Netflix
Em Xataka | A Netflix oferece filmes em DVD desde 1997. Agora está se preparando para dizer adeus a eles
Reescreva o texto para BR e mantenha a HTML tags