Se 2020 e 2021 foram sem dúvida os grandes anos para o teletrabalho, 2022 e 2023 estão a ser os de regresso ao escritório. Com as grandes empresas de tecnologia na liderança, o retorno ao escritório está se tornando o principal ponto de atrito entre funcionários e empresas.
Os funcionários afirmam que o teletrabalho melhora a sua produtividade e os ajuda a equilibrar a vida familiar. As empresas, por sua vez, argumentam que o trabalho em equipe sofre se as equipes não compartilham o mesmo espaço e a produtividade cai. Um estudo recente forneceu novos dados sobre a produtividade no teletrabalho que deixam os CEOs sem argumentos.
Sem opiniões, apenas dados. Há algumas semanas, a Goldman Sachs publicou a sua própria análise indicando que não havia provas conclusivas sobre o impacto do teletrabalho na produtividade. Este relatório comparou os estudos publicados até à data nos quais se afirmava que teve um impacto positivo e negativo. A conclusão foi que nenhum deles se baseava num ambiente real de teletrabalho e com ferramentas atualizadas, pelo que não eram representativos da realidade do teletrabalho em 2023. Com isto, os argumentos de algumas empresas como Amazon ou Google são atirados ao chão .protegido pela produtividade como um dos principais argumentos para forçar o retorno ao escritório.
O Relatório Anual de Teletrabalho publicado pela Workmeter, empresa que desenvolve software de medição automática do tempo de trabalho, revela que o teletrabalho melhora a concentração nas tarefas e, portanto, aumenta a produtividade. O estudo utiliza software de monitoramento que registra automaticamente a atividade informática com 46.295 registros diários de trabalho em empresas de diversos setores: bancário, engenharia, transportes, escritórios profissionais. Isso garante que suas observações sejam baseadas em dados objetivos e não em opiniões ou sentimentos subjetivos de funcionários ou supervisores.
Menos distrações, mais produtividade. Uma das principais conclusões do estudo é que ao trabalhar remotamente, as interrupções nas tarefas são drasticamente reduzidas, o que melhora automaticamente a concentração. Os colaboradores atingem um nível de concentração de 71% em teletrabalho, em comparação com 66% quando estão no escritório. Contudo, a melhoria da concentração aumenta substancialmente no caso dos supervisores, cuja concentração passa de 65% quando estão no escritório para 83% quando trabalham remotamente.
A explicação para esta melhoria é simples: as distrações constantes que ocorrem no escritório são reduzidas. Não existem reuniões improvisadas ou conversas espontâneas com colegas, o que permite concentrar-se melhor nas tarefas produtivas.
Flexibilidade do dia não significa trabalhar menos. O estudo permitiu filtrar os dados para determinar os horários e horários de atividade. Isto permitiu-nos ter uma visão mais ampla da flexibilidade de horários e da gestão do tempo em teletrabalho.
O estudo reflete que 85,82% dos colaboradores em teletrabalho trabalham uma jornada ativa entre 7 horas e meia e 8 horas e meia por dia. 7,28% trabalhavam uma jornada entre 6 horas e meia e 7 horas e meia e 3,27% trabalhavam mais de 8 horas e meia por dia.
Poupam-se viagens e fazem-se dias intensivos. O filtro de horário também permite definir o início e o fim do dia, o que também apresenta diferenças ao trabalhar em casa. Nos dias de trabalho presencial, 16,92% iniciam o dia às 7h15 da manhã, enquanto no presencial o fazem por volta das 8h. , embora a mesma proporção de colaboradores aproveite esse horário para assuntos pessoais e comece o dia no mesmo horário.
Os dados de saída também revelam alguns padrões interessantes sobre gerenciamento de tempo. Enquanto o horário de saída mais comum dos trabalhadores presenciais é entre as 17h15 e as 18h, a modalidade de teletrabalho apresenta um comportamento mais escalonado que revela um melhor aproveitamento do tempo para almoço no dia restante, aproximando-se do dia intensivo. .
Com menos estresse e mais conciliação. A autogestão do tempo também faz com que alguns prefiram fazer pausas mais longas, prolongando a jornada de trabalho para além das oito da tarde, deixando espaço para a conciliação familiar e aliviando os efeitos do stress na saúde.
Nesse parâmetro, quem sai em pior situação são os supervisores, que fazem pausas em média de 1,9 horas quando estão no escritório, ante 2,8 horas quando trabalham remotamente. Os colaboradores ficam mais contidos nos intervalos, passando de 1,2 horas no escritório para 1,5 horas remotamente.
Se for quinta-feira, você teletrabalha. O Relatório Anual sobre Teletrabalho publicado pela Workmeter faz uma radiografia do modelo de trabalho híbrido que se impõe nos últimos meses e da distribuição do seu horário de trabalho. O modelo predominante é 1 dia de teletrabalho por 4 dias de trabalho presencial com 50,93%). 12,13% aproximam-se do extremo oposto com 4 dias de teletrabalho e 1 presencial. Apenas 9,83% podem teletrabalhar 5 dias por semana.
Contra todas as probabilidades, as sextas-feiras não são os dias em que se realiza mais teletrabalho, mas sim as quintas e quartas-feiras são os dias preferidos para não ir ao escritório, seguidas de perto pelas sextas, segundas e terças-feiras.
Em Xataka | O regresso ao escritório tem outro motivo oculto: o teletrabalho é uma ruína para o setor imobiliário
Imagem | Pexels (RF._.estúdio, Natália Vaitkevich)
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