Não poderia ter sido em maio, nem em junho, mas seguindo aquele velho ditado de que a terceira vez é que vale, a empresa PLD Space conseguiu concluir esta manhã com sucesso o lançamento do seu foguete Miura 1. O feito é um sucesso para a empresa, mas também para a indústria espacial nacional e europeia. “Com este lançamento, Espanha torna-se o décimo país do mundo com capacidade direta para o espaço”, orgulha-se PLD Space, com sede em Elche.
Agora as atenções estão voltadas para o ambicioso Miura 5.
“Três, dois, um… Vamos, Miura!” Assim, esta manhã, foi narrada em espanhol a contagem regressiva da decolagem do Miura 1, protótipo do lançador de satélites desenvolvido pela empresa espanhola PLD Space, que já havia tentado a mesma operação em outras duas ocasiões, ambas sem sucesso. . A primeira, no dia 31 de maio, acabou frustrada pelos ventos de altitude. A segunda, em 17 de junho, foi abortada automaticamente in extremis, menos de um segundo após a decolagem, quando foram detectados problemas nos cabos da área de carga.
“Desde então a empresa não conseguiu realizar nova tentativa de voo devido ao cumprimento obrigatório das normas vigentes de prevenção de incêndios, às altas temperaturas nesta época do ano e à coordenação com a Guarda Civil para garantir a zona de segurança”, detalha o PLD Space. . Foi assim até ontem.
E como foi ontem? Bastante bem. Pelo menos é o que emerge das primeiras declarações da PLD Space, que fala de “sucesso” e destaca que o Miura 1 “cumpriu os objectivos técnicos” durante o seu voo inaugural. A verdade é que desta vez não tivemos que esperar muito para verificar: embora a empresa Elche tivesse uma janela de várias horas para o seu funcionamento, entre as 2h00 e as 8h00, o foguete já descolou às 2h00. :19h Fê-lo a partir das instalações do Centro de Experimentação El Arenosillo (CEDEA), localizado em Huelva e pertencente ao Instituto Nacional de Tecnologia Aeroespacial.
O que vimos? A manobra poderá ser acompanhada ao vivo, via transmissão, através do canal PLD Space no YouTube, que também publicou um primeiro comunicado fazendo um balanço. O plano inicial era que a operação durasse 12 minutos e subisse até 80 km de altitude. No comunicado divulgado esta manhã pelo PLD, afirma-se que a sua viagem durou 306 segundos, durante os quais o Miura 1 atingiu o apogeu de 46 km. A missão foi concluída pouco depois, com o pouso do Miura 1 nas águas do Atlântico. O navio Libertad 6 deve buscá-lo lá.
Como é o Miura 1? Um demonstrador tecnológico, um protótipo com o qual a empresa de Elche quer avançar no seu grande objetivo: o Miura 5, um navio em desenvolvimento que já terá ampla capacidade comercial para entrar no mercado de mini satélites. “O Miura 1 é um demonstrador de aplicação de toda a tecnologia e informação no próximo desenvolvimento. É como se, na Fórmula 1, em vez de chegar diretamente e montar uma equipe, você começasse na Fórmula 3, o que permite acessar pelo menos custo e um caminho mais rápido para capacidades limitadas”, explica o presidente executivo do PLD, Ezequiel Sánchez, ao O país.
Embora a empresa reconheça que o Miura 5 incorpora boa parte do foguete que vimos decolar de madrugada, as diferenças de tamanho entre um e outro são consideráveis. O primeiro demonstrador mede cerca de 12,5 metros de comprimento por 70 cm de diâmetro, bem abaixo dos 34,4 m do Miura 5, que também será equipado com uma capacidade considerável: poderá transportar cargas com cerca de meia tonelada em órbita terrestre. O teste de ontem, porém, serviu mais do que apenas aprender com o lançamento do Miura 1. “Serviu também para submeter um dispositivo do Centro Alemão de Tecnologia Espacial Aplicada e Microgravidade a condições de microgravidade”, ressalta.
Porque és importante? Pelo que significa para a empresa, especialmente para o desenvolvimento do Miura 5. E pelo que representa também para a indústria espacial espanhola e europeia. “A PLD fez história ao concluir com sucesso o lançamento do primeiro foguete privado europeu”, comemora a empresa, que garante que esta manhã cumpriu “os objetivos primários” da missão relacionados com o empuxo do motor, a monitorização da trajetória e a resposta do lançador. Assim que analisar os detalhes da missão, a empresa garante que compartilhará todos os dados do seu primeiro teste.
“Este primeiro voo suborbital do Miura 1 representa um ponto de viragem para o desenvolvimento do lançador orbital Miura 5, uma vez que a informação obtida permitirá a validação de até 70% do design e tecnologia que posteriormente será transferida e integrada no Miura 5”, destaca a empresa, e conclui enfatizando o valor da sua tecnologia: “O Miura 1 é o primeiro foguete privado desenvolvido na Europa e foi projetado de raiz pela PLD”.
Imagem de capa: Espaço PLD (X)
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