Sam Bankman-Fried era até pouco mais de um ano e meio uma das personalidades mais proeminentes no mundo das criptomoedas. Com apenas 30 anos ele conseguiu criar um império empresarial de bilhões de dólares. E tinha tanto dinheiro que podia dividi-lo entre uma vida de luxo nas Bahamas, onde morava, e generosas doações a universidades e partidos políticos americanos.
Mas a realidade deste jovem mudou da noite para o dia quando a sua plataforma de criptomoeda FTX entrou em colapso em novembro de 2022, deixando os utilizadores sem capacidade de operar e aceder aos seus investimentos. Bankman-Fried deixou de ser uma eminência empresarial, a sua empresa pediu falência, foi preso e acusado de fraude e agora enfrenta uma pena máxima de 110 anos de prisão.
Até 110 anos de prisão por fraude
Conforme relatado pela Reuters, promotores federais solicitaram uma sentença de entre 40 e 50 anos de prisão para Bankman-Fried por roubar US$ 8 bilhões. No documento de 116 páginas apresentado na sexta-feira passada ao Tribunal Distrital dos Estados Unidos em Manhattan, indicavam que o ex-empresário deveria receber “uma pena de prisão proporcional às dimensões extraordinárias dos seus crimes”.
A defesa garantiu a libertação de Bankman-Fried sob fiança no final de 2022, permitindo-lhe permanecer em prisão domiciliária durante alguns meses na mansão dos seus pais em Palo Alto, Califórnia. Em agosto de 2023, porém, um juiz revogou o referido benefício e ele finalmente foi preso por suposta adulteração de testemunhas. O comitê de fiança recomendou 100 anos de prisão para ele.
Para os advogados do desgraçado empresário, tais recomendações são desproporcionais. Em vez disso, pediram ao Tribunal que considerasse uma sentença de não mais de seis anos e meio de prisão. Mas esta posição colide diretamente com a ideia dos procuradores, que acreditam que se ele receber uma pena menor existe o risco de Bankman-Fried voltar a cometer algum tipo de fraude no futuro.
Lembremos que Bankman-Fried foi considerado culpado de sete acusações em Novembro relacionadas com FTX e Alameda Research. No total, são duas acusações de conspiração por fraude eletrônica, duas acusações de fraude eletrônica, uma acusação de conspiração para cometer lavagem de dinheiro, uma acusação de conspiração para cometer fraude de mercadorias e uma acusação de conspiração para cometer fraude de valores mobiliários.
Teremos que esperar até 28 de março para saber qual será o destino de Bankman-Fried. Nesse dia, o juiz Lewis A. Kaplan realizará uma audiência de condenação na qual anunciará a pena do fraudador, que pode chegar a até 110 anos de prisão. Esta é uma decisão judicial que não passará despercebida por ser a primeira condenação desta magnitude relacionada com o mundo criptográfico.
Enquanto isso, a página FTX ainda está fora do ar, mas a empresa por trás da plataforma está mostrando algum progresso desde que aderiu ao Capítulo 11 Lei de Falências dos Estados Unidos. Sob supervisão judicial, a empresa está em processo de liquidação de ativos e liquidação de dívidas com seus credores. Não se sabe, porém, quando os usuários poderão recuperar todo o seu dinheiro.
Imagens | FTX | Mariia Shalabaieva
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