Hoje em dia, ‘Alien, o oitavo passageiro’ parece um filme morno em sua parte mais visual, elegante até, pelo pouco que mostra o monstro e pela inteligência com que usa as mortes fora do tiro. Na época, porém, o filme foi recebido de forma bem diferente: espectadores horrorizados, os mais sensíveis até se sentindo mal nas bancas. Aqueles eram os tempos em que um filme como este ou ‘O Exorcista’ ainda conseguia fazer o público desmaiar.
Não é à toa: ‘Star Wars’ havia chegado aos cinemas apenas dois anos antes e estabeleceu uma visão infinitamente mais gentil do futuro, de naves espaciais e criaturas alienígenas. Aqui vimos, depois de meia hora de filmagem, como uma criatura viscosa e feroz atravessou o peito daquele que parecia ser um dos protagonistas do filme a emergir do lado de fora, numa paródia brutal e única de um nascimento no espaço.
Terry Rawlings, editor do filme de Ridley Scott, conta no documentário ‘The Beast Within: The Making of Alien’ como viu em primeira mão a reação inicial do público, em uma das exibições iniciais do filme. “Chegamos a um teatro tão luxuoso que dava para comer no chão. O som estava ótimo. Foi a prévia mais incrível que já assisti: as pessoas gritavam e saíam correndo do teatro.” A sequência de destruidor de peito durante o café da manhã no Nostromo foi demais para muitos espectadores.
Rawlings continua: “A administração do teatro estava nos dizendo: ‘Isso é um desastre. As pessoas ficaram doentes.’ E é normal que pensassem assim: um impacto como este não se compra com uma campanha publicitária. Naquele momento, a equipe sabia que tinha em mãos um filme que ficaria na memória de seus telespectadores. A madeira de um clássico.
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