Wegovy é um dos nomes comerciais da semaglutida, medicamento mais conhecido como Ozempic. Ambas as marcas irão em breve partilhar um lugar nas farmácias espanholas.
Novo tratamento. A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde (AEMPS) deu a sua aprovação à chegada do Wegovy às farmácias espanholas. Claro que só em maio é que este medicamento poderá ser adquirido nas farmácias, sendo necessária receita médica.
Wegovy e Ozempic. São duas faces da mesma moeda, dois produtos farmacêuticos cujo princípio ativo é a semaglutida. Este composto é um agonista dos receptores do peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1). Este composto interfere no nosso processo digestivo, desacelerando-o e gerando maior sensação de saciedade.
O Ozempic surgiu como tratamento para controlar o diabetes tipo 2, mas acabou sendo “redescoberto” como método para perder peso e tratar a obesidade devido aos seus efeitos no sistema digestivo. Wegovy é a marca criada focada nesta segunda utilização do composto, mas a sua comercialização em Espanha está condicionada por uma circunstância particular.
Questão de abastecimento. Como explica a própria AEMPS, a Wegovy chega às farmácias espanholas para atenuar a escassez no fornecimento de semaglutida. Em dezembro de 2022, a Agência começou a detectar que a fama adquirida pelo Ozempic como tratamento para perda de peso colocava em risco o fornecimento de um tratamento para diabetes.
Além desta pressão, dois medicamentos deste mesmo grupo terapêutico vão desaparecer das farmácias. São Byetta e Lyxumia, dois medicamentos que deixaram de ser comercializados.
Perante esta situação, a AEMPS também decidiu abrir as portas à chegada do Wegovy, embora também tenha pedido para priorizar as vendas para controlo glicémico em detrimento das vendas para quem pretende perder peso. A agência lembra que hoje o único medicamento desta família aprovado para perda de peso é o Saxenda (que tem como princípio ativo a liraglutida).
Possíveis sanções. A Agência explicou no mesmo comunicado como as comunidades autónomas têm detetado “casos de prescrição destes medicamentos para indicações não constantes da sua ficha técnica ou sem cumprimento das indicações dadas pelas autoridades competentes”. Também casos em que o medicamento foi dispensado sem prescrição médica.
A agência aproveitou, portanto, para lembrar que isso “pode dar origem às responsabilidades administrativas previstas na legislação”.
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