Até muito recentemente, o Davemaoite era apenas uma hipótese de geofísicos. Um mineral que se acreditava estar presente no manto inferior da Terra, o mais próximo do núcleo do nosso planeta, mas dos quais uma amostra nunca foi localizada. Agora, porém, um grupo de cientistas afirma ter encontrado um fragmento desse composto dentro de um diamante extraído do subsolo de Botswana, conforme explicado em publicação na revista Science.
O facto de estar dentro de um diamante é muito mais do que uma simples curiosidade: só esta oportunidade permitiu ao Davemaoite ter viajado entre 900 e 660 quilómetros desde o manto inferior da Terra até à superfície. sem alterar suas características estruturais. E a principal razão de este mineral não ter sido encontrado até o momento é que somente as condições de pressão e temperatura que ocorrem na região do planeta mais próxima ao núcleo permitem que ele mantenha sua estrutura, de tal forma que, à medida que é empurrado na crosta, ele se transforma em vidro.
Conforme explicado pelos autores da pesquisa, o Davemaoita é composto de silicato de cálcio e oxigênio, e tem uma forma de rede cristalina conhecida como perovskita.
A amostra que foi obtida deste mineral raro é microscópica, de alguns micrômetros – milionésimo de metro – e só foi possível localizá-lo graças ao uso de uma técnica radiográfica de última geração. conhecido como difração de raios-X síncrotron, que dispara um feixe de raios-X de alta intensidade em vários pontos dentro do diamante com alta precisão. Quando as ondas retornam, seu ângulo e intensidade são medidos para descobrir o que está dentro da gema.
Os geofísicos acreditam que Davemaoite representaria entre cinco e sete por cento do manto inferior da Terra, figura quantitativamente modesta que contrasta, porém, com a importância desse mineral naquela região do subsolo, pois desempenha papel fundamental no calor interno do planeta quando se decompõe radioativamente.
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